sexta-feira, 26 de março de 2010

TARDE DE VERÃO

O dia divagava em raios de um sol fervente. No ar, a fragrância retirada à força de flores coloridas. No lago, patos refrescavam-se em aparência tranquila. Pessoas caminhavam ao longe e nuvens pequeninas zombavam de minha procura por sombras. O cenário tinha uma atmosfera de espera, uma sensação trágica em ausência de esperanças.

De repente, um silêncio apossou-me, quase me derrubou. Veio com violência e fêz-se exclusivo e envolvente. Emocionada, comecei a perceber um pequeno batimento que aumentava à medida que minha atenção concentrava-se.

Soltei em um soluço a pergunta:
- O que falas baixinho, meu coração?

Fechei os olhos e imagens caleidoscópicas me responderam em uníssono, de uma forma contundente e figurativa. Mostrava-me o coração, este chakra mágico das emoções, estas imagens: aves se encontrando em carinhos, flores desabrochando em alegria, peixes singrando rios em abundância, estrelas e sóis em dança cósmica e rostos amigos sorrindo pra mim!

Aos poucos o batimento cardíaco transformou-se em música suave e em sussurro firme, meu coração disse baixinho:
- Eu te amo!

...

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