Espelhos de mim
Hoje desfiz as neblinas
soprei para longe as névoas
deixei que despencassem os espelhos
tirei a máscara da face do sol
Hoje entorpeci meus neuronios
com realidades praticas
amassei poemas antigos
Queimei os sonhos mais lindos
Hoje refiz armaduras
Enganei o rumo do vento
Troquei os nomes dos silêncios
Dei partida a uma nova vida
Dos cacos que no chão deixei
apenas fragmentos de mim haviam
levanto os olhos para além das muralhas
E me vejo mais uma vez inteira no reflexo
Vejo a mulher sensível e dúbia que sou
Plena em impermanências
Com um futuro a ser traçado
No presente, afortunada dádiva
Concluo pendências do coração
Apenas permitindo-me sentir
A suave brisa da eternidade
Que permeia-me os sentidos
Anorkinda Neide e Márcia de Sá
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