domingo, 25 de outubro de 2009

(Desenho de Marcelo Dalla)
NOVO DIA

O FRESCOR DA VIDA INFINITA
AMANHECEU O NOVO DIA
ABRIU VELHAS GAVETAS

O BOM-HUMOR COLORIDO
DEU BOM -DIA AO DIA
SORRIU ÀS BORBOLETAS

UM CALOR ENLOUQUECIDO
INSERIU-SE NO DIA-A-DIA
CUSPIU IRONIAS NINFETAS

UM SENHOR DE CARA BONITA
PREFERIU-SE EM VIDA SADIA
ILUDIU O TEMPO COM CARETAS

.........
PODEM PARECER...

À sombra da razão
gestos de solidariedade
podem parecer sedução

À luz da mesma razão
gestos de compaixão
parecem simples casualidades

À margem da intuição
sopros de sagacidade
podem parecer dispersão

À luz da mesma intuição
sopros do coração
parecem simples amenidades

Mas não são!

..........
Solzinho de inverno gaúcho

Solzinho tímido
longínquo
Pouco aquece
mas arrefece
a gélida manhã

Inverno gaúcho
impiedoso
Pouco esquece
ou enternece
o fustigante vento

Solzinho fraco
procurado
Pelas praças
ou jardins
com um bom chimarrão

Inverno do sul
brasileiro
Pareces bonito
mas te assisto
de perto e não sou fã


..........
INSPIRAÇÃO XAMÃ

Veio no cheiro da ave
da águia que me delira
os sentidos da liberdade

Trouxe a força aguerrida
da luta em sobrevivência
os arroubos da sagacidade

Enleio de saber-me viva
da índia que me domina
as marcas da emotividade

Coube a mim a sina
do versar menina
às sombras da idade

....
(Pintura de Renee Zemprel Chan)

Imprimindo em papel branco

Caracteres
em negrito
seguem
um a um

Caracterizando
a página
roteiro
comum

Pensando
o verso
Tinta a
imprimir

Pensamentos
num grito
querem
sair

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(Pintura de Josephine Wall)
VEJA, AMOR

Veja, amor
que lindas formações
nas linhas da vida se impõem

Quantas dimensões
se interpõem
em nós

Veja, meu amor
os deslumbres da diversidade
ns cores vivas de nossa naturalidade

Quantas possibilidades
e diversas realidades
para nos deleitar

Veja, meu bem
o toque de realeza
que traz nossa arte acesa

Quanta luz-natureza
coloca-nos à mesa
do amor

.....

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

(pintura de Marcio Melo Brasil)

AO EXPLICAR-ME

A rotina dos meus devaneios...
O dia-a-dia dos meus anseios
transparecem em poesia
que de mim brota, sadia

A fantasia em que adormeço...
O vigor novo em que amanheço
esclarecem meu dom
sem medida ou tom

A materialidade me aniquilaria
num mundo caótico sem harmonia
Sem o devaneio e a fantasia
meus dias cairiam em agonia

A espiritualidade se comprova
num mundo que sempre se renova
A rotina de amanhecer nova
todo dia, me põe sempre à prova

Muito já bati em mesma tecla
e em racionalidade que disseca
a realidade íntima bateu mais forte
e me rendi a minha própria sorte:

De ser poetisa e revolucionária
Sem armas ou brados, libertária!
Mostrando em exemplo vivo
a felicidade de não estar-se cativo!


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(imagem de Marcelo Dalla)

À Mestra Kwan Yin

Na cor da ametista
a Mestra do amor
Universal das multidões

A intuição de ser
a Filha deste amor
Incondicional à prova

A devoção da súdita
a Estrela da Alma
Imortal das emoções

Na dor do mundo
a Deusa desta alma
Transcendental se renova

A bênção das esferas
a Pacificadora Kwan Yin...
Divinal poder nos corações

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Na textura do tempo

enxergo o timbre e a matiz
desacelero em escuro verniz
sinto as cadências do tempo
absorvo o uivar do vento

dilacero segundos gritantes
reflito em cores ofuscantes
decoro as rugas salientes
liberto o amor incandescente

percebo melhor as saídas
quando pairo embevecida
na sonoridade do vento
na textura do tempo

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LUZ ll

Compreenda a luz
todo brilho
e claridade

Apreenda em luz
todo ensino
e liberdade

Empreenda a luz
que guia
e sinaliza

Surpreenda em luz
que conquista
e harmoniza!

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Nas cores

Posso entrar
neste túnel
de cores

E misturar-me
às nuances
rodar...

Abrir os braços
e inserir-me
nas cores

Posso brilhar
nas luzes
explodir...

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sábado, 17 de outubro de 2009


POESITANDO PARASITUS

Vírus detectado
Cuidado!
Muita poesia
vicia!

Parece loucura
fruta madura que jamais cai
esse vicio nao tem cura
ah meu pai!

é a borboleta
que morde
é o arco-íris
que explode

é o coração
que expande
e a alma faceira
que se infecta ligeira!

Parece doideira
flor desabrocha em cores
inimaginadas e beira
o fim das dores

Multicoloridas palavras
que penetram na derme
e correm como águas
tatuando nossa pele

Sintoma: poema.
versos quentes
tudo é tema
pra rimas salientes

Nada tema, use seu vocabulário
pois quem se infecta com letras
Conversa com o dicionário
e aprende a voar nas asas das borboletas!

Anorkinda & Rô Elkeyn

Branco e preto

São tantos documentos
Comprovando isto e aquilo
Tudo preto no branco

É tanta burucracia
Manipulando o social
Tudo branco e preto

Onde estão as cores
da compreensão?
Regras são preto no preto
sem luz ou conexão

Onde estão as vias
do coração?
Só vejo branco no branco
sem reflexão

Vamos flexibilizar a vida?

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TRÊS RAIOS DE AMOR

Para o holograma do amor surgir
vou criar nas bases da paixão

Eu vejo em você o que me reflete
e gosto! E vibro de forma apaixonada!

Eu vejo em você o artista da vida
e adoro! E canto de forma apaixonada!

Eu vejo em você o curador da alma
e amo! E amo de forma apaixonada!

Criei assim um holograma poderoso
três raios fortes de amor e paixão


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NO MEU BATUQUE

Tuque tuque tuque
no meu batuque
Coração cadenciado
levo você arrastado

Com toda a emoção
Desta minha paixão
Samba aprimorado
Deixo você extasiado

Tuque tuque tuque
no meu batuque
De laço apertado
trago você pro meu lado

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DESCOBERTA DO AMOR

Chega um dia, enfim
que o coração palpita
Não tem idade certa
ou hora marcada

De repente, acelera
e o olho diz: Sim!
Não tem aviso prévio
ou bilhete de entrada

A vida fica colorida
e o céu, cor-de-rosa
Não há você sem mim
ou canção sem poesia

É o passaporte azul
para dias de euforia
Não há voz desafinada
ou céu sem querubim!


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O amor em plenitude

Quando você
aceita-se
perdoa-se
preenche-se
de si mesmo

Então você
conhece
o amor
em sua plenitude!

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DELÍRIO DE MELANCOLIA

A cada vez que a lua surgia
Um pedido eu lhe fazia

Várias versões do mesmo
O pedido a esmo

Pois toda noite ela luzia
E pouco me satisfazia

Muitas vezes em choro
Perdi todo decoro

E briguei com a fantasia
Em delírio de melancolia

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quarta-feira, 14 de outubro de 2009


La Negra
Foi preciso
ver você partir
para que a rima
viesse chorando lhe seguir

Mercedes
Foi preciso
teu canto seguir
para que o verso
viesse o peito partir

Sosa
Foi preciso
deixar-te partir
para que a cultura
viesse teus passos seguir

Anorkinda

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Independente poesia

sem paragem
ou hospedagem
quase um estorvo

segue a poesia
em íntima epifania
quase um vil encosto

em liberdade
plena irreverência
poesia transcendência

serve a verdade
irresistivelmente bela
no verso livre em aquarela

Anorkinda

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POEMA ADOCICADO

Com carinho
o poema
adocicado

Chega
até você!

Com beijinho
o verso
amanteigado

Derrete
por você!

Com jeitinho
o poema
mal rimado

Se alegra
por você!

Anorkinda

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DO FUNDO DAS GAVETAS

Um dia fuxiquei
nas gavetas
minhas

Aproveitei
e reli
livros

Me abasteci!

Neste dia achei
no fundo
das gavetas
minhas

Meu mundo
esquecido

Meu elo perdido!

Anorkinda

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