sábado, 22 de janeiro de 2011




Acho melhor sentir

Mesmo mexendo com palavras diariamente, todo o tempo. 
Em pensamento, em verso, em prosa e em sonhos...
mesmo assim, acho melhor sentir do que dizer.
Como vou dizer do verbo que se entranha entre as veias do amor?
 Como vou escrever do símbolo gráfico 
que desenhou teu nome estelar em meu peito? 
Se aqueles fonemas não soam aqui como soam lá...
Que linguagem escrita ou dita poderia expressar coerentemente 
o sentimento desconexo de te amar nos ontens e amanhãs, 
nos vãos e completudes, nos vazios de nossos existires?
Acho melhor sentir e fluir a poesia do jeito que ela vem...
incompleta, surreal, sem noção do que é permitido ou mesmo funcional.
 Acho melhor sentir e cair neste abismo de reticências que a espera finge criar...
porque é no voo desta alegria de te amar que me percebo eterna 
e silencio o poema quando esbarro em tua presença selada 
naquele tempo nativo onde misturamos o destino com a paixão.

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